Parapaparapaparapapá. Parapaparapaparapapá.
Conhecido pela alcunha de Coringa e pela jogatina, compositor do morro, sedento para emplacar sucesso, bebeu toda cachaça que cabia, refinanciou o santo em busca dê fé e deu no pé.
Comprou fiado para fazer sua mortalha, não dobrou, tampouco desistiu – pagou pra ver. Sete, treze e tudo mais que reza a lenda. Bateu calcanhar e ralou, mas não sem antes checar munição.A vida é uma reflexão e sentou-se na primeira fila, mas manipulado pelo conformismo e pelo consumismo, tornou-se despetalado. Cartas na mesa e na espreita pra ver quem paga mais. Não que seja blefe, mas o mequetrefe está na pista a negócios.
Parapaparapaparapapá. Parapaparapaparapapá.
A meia noite e dez, a central de polícia recebe um telefonema e chega à cena. As cápsulas encontradas não deixam dúvidas: a casa levou a pior – Royal Flush.
Saiu de cena de carona. Chegando ao destino do passageiro, o motorista também encontrou seu derradeiro. Um tiro à queima-roupa na face direita selou sua vida. Mr. Jogatina passou para o banco da frente, roubou a carteira, rasgou um pedaço da camisa da vítima, saiu do táxi, limpou as portas dianteira e traseira, o painel da frente, bateu a porta e afastou- se: andando – Quadra.
Parapaparapaparapapá. Parapaparapaparapapá.
Seu corpo foi encontrado em condições terríveis, dividido ao meio, com todo sangue drenado e completamente mutilado. Seu rosto rasgado de orelha a orelha. Na boca: Ás de Espadas – A Banca leva.
Você ganha e perde.O prazer é jogar. Quem viveu o êxtase não admite sucedâneos.
Fim de Jogo.